terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Aplicação de Conceitos sobre Migrações

Do Haiti para a Malcata

Somos dois jovens oriundos do Haiti, um país das Caraíbas que ocupa uma parte da Ilha Hispaniola (Ilha de São Domingos), que faz fronteira com a República Dominicana.

(fig 1)
Vivíamos na capital Port-au-Prince, recentemente, devido à falta de condições que tínhamos na nossa antiga localidade, Hinche, tornando-nos assim migrantes internos.
Certo dia, sem nada o prever todo o país foi abalado por um terramoto de magnitude 7 na escala de Richter (fig 1). Com o pânico instalado decidimos emigrar para outro país, começando a construir o nosso próprio destino– espaço pensado.
Foi então que tomamos a decisão definitiva de imigrar para Portugal, um país próspero cheio de oportunidades para nos oferecer. Esta nossa deslocação para outro continente transformou-nos em migrantes internacionais.
Por razões humanitárias, rapidamente, fomos aceites como cidadãos nacionais.
Já em Portugal, fomos convidados para ir trabalhar para a Reserva Natural da Serra da Malcata, onde nos fixamos. Assim, fomos morar para a Malcata uma aldeia da Raia, típica do interior, com uma população envelhecida e de onde a população jovem emigrou. Esta freguesia do Concelho do Sabugal, Distrito da Guarda (fig 2: planta da cidade da Guarda)

(fig 2: planta da cidade da Guarda)
Desta forma, e para além do nosso trabalho na reserva, vivemos de uma agricultura de subsistência tradicional, típica da pluriactividade.
Neste momento, depois de termos vivido tudo aquilo por que passamos, estamos consideravelmente muito melhor quer economicamente quer socialmente, mesmo sendo um país periférico da União Europeia.
Podemos afirmar que a nossa identidade é bastante complexa, não só por termos nascido noutro continente, mas também porque o nosso dia-a-dia de hoje, ou seja, o nosso espaço vivido e construído, é totalmente diferente. Embora sejamos estrangeiros fomos muito bem acolhidos pela população residente.
Apesar de ao longo da nossa história termos vivido e passado por várias situações, temos a certeza que a nossa identidade nunca será anulada, mas antes pelo contrário constantemente transformada numa identidade transnacional.


Trabalho realizado por:
Maria Carolina Nº12
Pedro Marques Nº18

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Aplicação de Conceitos sobre Migrações

Texto 4

10 de Agosto de 2010
Coimbra, Portugal

Querida Rabat,

Portugal é um país localizado no sudoeste da Europa, cujo território se situa na zona ocidental da Península Ibérica e com arquipélagos no Atlântico Norte. O território português é delimitado a Norte e a Leste por Espanha e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico; compreende a parte continental e as regiões autónomas: os arquipélagos dos Açores e da Madeira. É a nação mais ocidental do continente europeu. Mas à parte a sua situação geográfica, Portugal é um país com muitos factores de atracção como um ambiente muito agradável, principalmente no Verão devido ao tipo de clima que é propício à atracção de estrangeiros que adoram o nosso país, não só pelo que já foi dito, mas também porque os portugueses são muito acolhedores e prestáveis. E a cidade em que moro, Coimbra (fig 1), é muito calma, deve ser esse um dos motivos de existir alguns refugiados no meu bairro.

(fig 1)
Vivo na rua Infanta Dona Maria, num prédio, e divido a casa com três raparigas, também elas imigrantes internacionais. Na semana passada, em conversa, disseram-me que foram convidadas para trabalhar com arquitectas e paisagistas num projecto de um novo centro comercial que se irá construir.
Hoje fui ao minimercado e encontrei um compatriota que me confidenciou que era um imigrante clandestino e que ele e a sua família tinham entrado em Portugal como imigrantes indocumentados. Eu perguntei-lhe o motivo para ter vindo para Coimbra. Ao que me respondeu que esteve emigrado temporariamente, em Espanha, pois foi vitima de racismo e de perseguições e, por isso, requereu asilo. Agora volta à cidade para onde os pais imigraram definitivamente quando ele era criança, e, assim iria haver uma reunificação familiar.
Outro cenário que tenho observado é a pouca selectividade de imigrações. Na rua onde eu moro vivem muitos imigrantes de Leste sem qualificações académicas que vieram para Portugal em correntes migratórias.
Ah! Uma coisa muito importante, já arranjei emprego como médica cirúrgica no Hospital da Universidade de Coimbra. O meu chefe chama-me “Brain Drain”.
Apesar de já ter emprego fico um pouco preocupada quando vejo todos os dias no telejornal que a taxa de desemprego está a atingir valores nunca antes vistos, o salário mínimo é inferior ao da média europeia e a criminalidade está a aumentar. Estes factores de repulsão têm originado contra-correntes migratórias. As imigrações e as emigrações, que se fazem sentir no saldo migratório português, proporcionam uma interacção espacial e um multiculturalismo harmonioso.

(fig 2)
Quando saí de Marrocos (fig 2)por motivos de trabalho (ou melhor por falta dele), nunca pensei que integrar-me num país fosse tão fácil, devo, isso em grande parte aos portugueses.


Beijos,
Jade



Trabalho realizado por:

Sónia Vasconcelos, nº 19
Vanessa Cardoso, nº 20

Aplicação de Conceitos sobre Migrações

Texto 3

Juanita Soberanes,
302 Fresador,
Monterrey, NL, México

Querida Esposa,

Quantos dias passaram desde que parti de Monterrey no nosso querido México! As saudades que tenho de ti e da nossa modesta casa azul em Fresador!

Escrevo para te contar como sobrevivi à pior noite da minha vida, num processo doloroso de emigração. Atravessei a fronteira deslocando-me para montante do Rio Grande, onde me deparei com a dita falha no muro que o teu irmão utilizou na sua migração internacional para os Estados Unidos. Ao passar o rio de noite, a hipotermia quase me impedia de imigrar. Nesta migração definitiva, sou imigrante clandestino, mas apenas mais um na corrente migratória.
Encontrei em New Orleans, todos os factores de atracção que procurava: tenho emprego na construção civil e tento viver o sonho americano. Como sempre, a família está em primeiro lugar, por isso, encontrei o meu primo Joaquim Soberanes, porém, apercebi-me de que o Joaquim sofreu grandes mudanças, quase uma anulação de identidade, parecendo-se com um americano.

Irias gostar do espaço onde agora vivo. O bairro de Iberville, em New Orleans é um local reconstruído após a destruição provocada pelo Furacão Katrina, um bairro agradável, com casas recentes de madeira e onde os vizinhos nos recebem de braços abertos, pois têm a noção do que é ficar sem nada de um momento para o outro. Longe de ser um factor de repulsão, é semelhante ao espaço em que juntos tínhamos pensado habitar.

Anseio pela nossa reunificação e espero que, em breve, possas vir ter comigo. Sinto saudades.


Daquele que te amará para sempre,
Diego Soberanes


Trabalho realizado por:
Barbara nº5
Catarina nº6
João Nuno nº8

Aplicação de Conceitos sobre Migrações

American Dream

Miami, 26 de Janeiro de 2028

Chamo-me René Préval, nasci em 1943 na República Democrática do Haiti (fig 1), onde me casei com Elisabeth Delatour, viúva do Governador do Banco do Haiti.


(fig 1)






Actualmente, resido nos Estados Unidos da América, mas foi há 18 anos que um terramoto mudou a vida da minha família e de milhões de pessoas.
No dia 12 de Janeiro de 2010, a terra começou a tremer levando à destruição o país que eu governava. Rapidamente, eu e a minha mulher saímos do Palácio Nacional para a Avenue de la Liberté e verificámos que o caos se instalara.
Na altura, a emigração parecia a escolha mais acertada. Conseguimos escapar para Port Salut, onde embarcámos em direcção às Ilhas Caimão (fig 2), nos refugiámos durante uns meses e pedimos asilo aos EUA.
O pedido foi recusado; decidimos, então, enveredar pela emigração clandestina. Levantámos parte do nosso dinheiro e fugimos para o México, meio mais fácil de entrar nos EUA.







































(fig 2)

Na Cidade do México, instalámo-nos no Hotel Presidente Intercontinental México, no bairro Condesa. A situação de estrangeiro e a falta de documentos condicionou-nos a aquisição de residência, ainda que temporária.

Acabámos por nos instalar durante cerca de dois anos num bairro da zona de Rosa, uma vez que encontrámos factores de atracção como a grande oferta cultural e nocturna e o facto de não ser constantemente frequentado pela polícia. Esta migração interna foi na altura necessária, pois fomos obrigados a adquirir documentação falsa para podermos emigrar definitivamente para os EUA.
Após dois anos na Cidade do México, comprámos os bilhetes para Miami, onde nos instalámos na Collins Avenue, Miami Beach.
Eu e a minha esposa perdemos a nossa identidade, tivemos que nos habituar a uma nova vida e a um novo país.

A República do Haiti, onde nasci, cresci e governei, nunca mais foi a mesma após o terramoto.
Graças à reunificação familiar, hoje posso ter a minha família junto de mim, como nunca devia ter deixado de estar.


Trabalho realizado por:
André Guimarães
Maria Carolina

Aplicação de Conceitos sobre Migrações

Texto 1

Com a chegada do último ano de curso e a entrada próxima no mercado de trabalho, eu e a minha irmã, começámos a ponderar a emigração para completar o nosso curso de Biologia e não só devido à crise que o país atravessa, mas também por causa de outros factores de repulsão. Londres, cidade repleta de multiculturalismo, fez com que a nossa decisão se tornasse mais fácil na medida em que teríamos a oportunidade de conhecer novas pessoas, diversas culturas e, principalmente, em que completaríamos o nosso currículo de forma positiva.

Deixar Lisboa, onde o pequeno bairro de Alfama é organizado, calmo e de rápida acessibilidade a toda a cidade; deixar a faculdade, e a nossa rotina, foi, inicialmente, um pouco difícil, mas o fluxo migratório foi facilitado pela energia, o movimento, e o espírito da mítica cidade inglesa que, apesar de muito mais frenética, nos faz lembrar Lisboa.

Hoje, estrangeiras, fazemos de uma inicial migração temporária, um plano para o futuro – pretendemos ficar. Estudar na Queen Mary University of London tem sido uma óptima experiência, não só pela interacção espacial mas também pelo confronto entre o espaço em que originalmente pensámos, o espaço que construímos e que passámos a vivenciar. A estadia numa residência de estudantes, a poucos metros da Universidade, a Lindop House, ajudou imenso na nossa integração e é curioso ver uma certa selectividade das migrações através das histórias dos nossos colegas.
Outro fenómeno com que aqui nos deparámos foi a fuga de cérebros, tão falada hoje em dia, isto porque temos vários professores que vêm de sítios tão distantes como a Europa Oriental, o Médio Oriente e a América Latina.
Apesar de todos os aspectos positivos da residência, a reunificação familiar, com a chegada do nosso primo, vai obrigar-nos a mudar para um pequeno apartamento em Mile End Road.

O balanço geral da nossa migração é muito positivo; para além da vantagem na nossa formação, com o acesso a laboratórios e a material de pesquisa super desenvolvidos, na nossa faculdade, há ainda o factor pessoal, pois conhecemos imensas pessoas e a oferta cultural é enorme e muito diversificada.


Trabalho realizado por:
Bárbara Rocha nº 4
Patricia Moura nº 17